quinta-feira, 5 de junho de 2008

Marte teria vivido espécie de efeito estufa

Robôs encontraram rochas com compostos de enxofre em Marte
Uma nova teoria de pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, pode explicar como o clima primitivo de Marte se tornou quente o suficiente para permitir a formação de oceanos.
Os cientistas afirmam que o dióxido de enxofre liberado por vulcões antigos pode ter assumido as funções que, na Terra, são desempenhadas pelo dióxido de carbono (CO2), um dos gases do efeito estufa.
Na Terra, o dióxido de enxofre é oxidado rapidamente, e removido da atmosfera, mas no passado, em Marte, onde faltava oxigênio, ele teria permanecido na atmosfera por muito mais tempo, atuando como um gás de efeito estufa e aquecendo o planeta.
O dióxido de carbono existente na atmosfera não teria como competir com os compostos de enxofre nas reações químicas que ocorriam nos oceanos.
O resultado seria mares muito mais ácidos do que os da Terra, chuvas ácidas e, bilhões de anos depois, rochas enriquecidas de enxofre, e não de carbono.
Mas esse cenário não diminui a possibilidade de vida, diz Itay Halevy, que participou da pesquisa. Segundo Halevy, há vários exemplos de vida em condições muito mais radicais na Terra.
Minerais
A idéia, exposta na revista Science, pode explicar porque veículos robotizados da Nasa em Marte encontraram minerais com enxofre na superfície, e não determinadas rochas com carbono que indicavam a presença de dióxido de carbono na atmosfera, a exemplo do que acontece na Terra.
Isso pode fornecer evidências de como a vida se desenvolveu em nosso próprio planeta.
"Antes da origem da vida, nossa atmosfera pode ter sido muito parecida com a atmosfera primitiva de Marte", disse Daniel Schrag, um dos autores do artigo. "O dióxido de enxofre pode ter tido um papel importante na época também."
O clima da Terra foi influenciado durante milhões de anos pelo movimento de carbono pelo planeta, e pelos níveis de dióxido de carbono, um importante gás do efeito estufa.
"Há evidências abundantes para um clima mais quente, talvez até um oceano de água líquida, cedo na história marciana, entre 3,5 bilhões e 4 bilhões de anos atrás", acrescentou Schrag, professor de ciências planetárias da Universidade de Harvard.

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